Você sabe o que é disfagia? Conheça os sinais e sintomas

Segundo a Associação Americana de Fala e Linguagem Auditiva (ASHA, da sigla em inglês), estima-se que a disfagia atinge aproximadamente 20% da população com 50 anos ou mais no mundo.

Olá! Hoje vamos falar sobre um assunto importante e comumente negligenciado em idades avançadas: a disfagia. Você sabe o que é? Como ela surge? De que maneira pode impactar a sua vida? Não? Então vem com a gente!

O que é a disfagia?

A deglutição é uma função que envolve mais de 30 nervos e músculos e é popularmente conhecida como “engolir”. A preparação do alimento/medicamento e a passagem da cavidade oral para o esôfago são voluntárias, ou seja, conscientes, enquanto a passagem adicional pelo trato aerodigestivo até o estômago é involuntária, ou seja, independente. Após o início da deglutição, se leva menos de 1 segundo para um bolo alimentar atingir o esôfago e mais 10 a 15 segundos para completar a deglutição. Em média, uma pessoa realiza aproximadamente 600 deglutições por dia sem esforço.

A palavra disfagia, que vem das palavras gregas dys (dificuldade) e phagia (comer), portando a disfagia refere-se à sensação de atraso ou impedimento na passagem da comida da boca para o estômago. A disfagia é um grande problema na população idosa, podendo influenciar significativamente na qualidade de vida e na mortalidade. Outras situações em que os sintomas de disfagia ocorrem comumente incluem pacientes com traumatismo cranioencefálico, acidentes cerebrovasculares (AVC), doença de Parkinson ou câncer de esôfago. Os idosos apresentam maior risco de desenvolver disfagia devido a doenças que afetam o mecanismo de deglutição, no entanto ainda não há uma causa ou explicação definitiva para o que acontece nessa população. O importante é garantir que ela seja diagnosticada e tratada de maneira adequada.

O conceito de Qualidade de Vida

“Qualidade de vida” é frequentemente usado como um conceito abrangente e, quando aplicado na área da saúde, refere-se principalmente aos componentes físico e psicológico. Embora o conceito seja comumente usado, muitas vezes não é claramente definido ou compreendido. Vocês sabiam que existe um consenso sobre vários aspectos que definem “qualidade de vida”? Eles incluem multidimensionalidade, dinamicidade e variável entre os indivíduos e dentro dos indivíduos ao longo da vida. Portanto, entende-se que a qualidade de vida consiste em componentes objetivos e subjetivos. Na OMS, a Qualidade de Vida é definida como “a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores onde vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Muita coisa, né? Ainda mais quando paramos para pensar o quão individual esses conceitos podem ser.

Nós, que buscamos oferecer um tratamento humanizado, individualizado e personalizado, entendemos que não há uma receita pronta ou uma fórmula secreta para envelhecer sem perder qualidade de vida. No entanto, podemos pensar em hábitos que nos ajudam a alcançar essa faixa etária de um jeito bom, vem com a gente!

Como diagnosticar a Disfagia?

A avaliação e o tratamento da disfagia é uma tarefa multidimensional e muitas vezes requer uma abordagem multidisciplinar. Etapas iniciais importantes incluem a confirmação da presença de disfunção de deglutição (ou seja, da dificuldade em engolir); definir seu nível anatômico (orofaríngeo ou esofágico, que são áreas distintas do corpo), seu mecanismo (motor ou mecânico) e etiologia específica subjacente (ou seja: tá sendo causada por alguma doença?); e verificar a integridade da deglutição orofaríngea e o grau de risco ou presença de aspiração aberta ou silenciosa (palavras difíceis para definir se a disfagia pode causar problemas e acabar enviando o alimento pro lugar errado, como o pulmão). A avaliação subsequente deve determinar as habilidades e deficiências do paciente e o grau em que essas deficiências podem ser melhoradas.

Fazer uma avaliação cuidadosa do histórico do paciente é vital para a avaliação e diagnóstico da disfagia. O histórico fornecerá a provável causa e o local anatômico do problema na maioria dos pacientes, e é crucial para determinar se as ‘anomalias’ detectadas em exames são relevantes ou incidentais. Embora os sintomas da disfagia faríngea possam ser múltiplos e variados, as características típicas da disfagia faríngea neurogênica são específicas e podem distinguir com precisão os distúrbios faríngeos dos esofágicos. Mas o que pode causar a disfagia?

O que causa a disfagia?

A disfagia em idosos, como em jovens, pode ser dividida em duas categorias: anormalidades que afetam os mecanismos neuromusculares que controlam os movimentos da língua e faringe e distúrbios que afetam o próprio esôfago (disfagia esofágica). Apesar de estar comumente associada com pessoas idosas, alguns grupos específicos de doenças podem ocasionar a disfagia:

  • Causas neuromusculares; 
  • Derrames;
  • Doença de Parkinson;
  • Esclerose múltipla;
  • Diabetes;
  • Carcinomas.

Muitas vezes a disfagia pode ser idiopática, ou seja, de causa desconhecida, e pode ocorrer até em crianças. O importante é ficar atento aos sintomas e sinais apresentados em você ou em pessoas do seu convívio. 

Quais são os sintomas?

A disfagia maligna geralmente se apresenta com um histórico curto de disfagia progressiva, frequentemente associada à perda de peso. Um início gradual de disfagia, às vezes associado à azia, pode sugerir que o paciente tem estreitamento do esôfago.

  • Rouquidão e fala arrastada ou nasal;
  • Engolir com som gorgolejante;
  • Sensação de “cheio” no pescoço;
  • Halitose e regurgitação tardia (refluxo);

Como a disfagia é tratada?

O tratamento da disfagia depende da causa subjacente (ou seja, o que está causando a disfagia). A disfagia associada a doenças sistêmicas, como parkinsonismo, geralmente melhora com o tratamento do distúrbio subjacente. O tratamento de disfagias idiopáticas (sem causa conhecida) deve ser realizado de acordo com as indicações do seu profissional da saúde.

 

Lembre-se: este artigo tem objetivo meramente informativo. A Disfagia, assim como qualquer outra doença, precisa de diagnóstico profissional realizado por médicos e profissionais da saúde. Deve ser acompanhada e tratada de acordo com as instruções fornecidas por esses profissionais, visando garantir um tratamento eficaz e seguro! Quer conhecer mais dos nossos artigos? Clica aqui!

 

Referências

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